05 dezembro, 2015

Colégio Estadual Jardim Porto Alegre - Luciano e Giovane

Colégio Estadual Jardim Porto Alegre.
Data:
02/12/2015.
Bolsistas: Luciano Renatto e Giovane Lozano.
Turma: 2º ano C técnico.
Professor supervisor: Marissa Eger.

Notícia: “PM, protestos e até revistas a participantes marcam debate sobre ideologia de gênero”.
Tema: Gênero na educação, e “ideologia de gênero”.
Objeto: Gênero.
Objetivo: Descaracterizar o discurso conservador sobre “ideologia” de gênero, apontando seus elementos políticos-ideológicos. Reafirmar a categoria gênero como objeto de produções científicas nas Ciências Sociais, e a importância de sua presença nas discussões no âmbito escolar.

Descrição: Começamos a regência com a leitura da notícia “PM, protestos e até revistas a participantes marcam debate sobre ideologia de gênero”, logo após, foi apresentado de maneira branda a tese central das teorias de gênero: o gênero como construto social/cultural. Ao distinguir sexo biológico de gênero, iniciou-se uma discussão embasada na obra “Sexo e Temperamento” da antropóloga norte-americana Margaret Mead. Após expor sumariamente os resultados de sua pesquisa, (a saber: a constatação da diversidade de arranjos comportamentais existentes entre os sexos presentes em três sociedades ágrafas) discutimos como esses arranjos culturais “normativos” engendram condutas marginalizas no seio da cultura, nos termos da antropóloga, o surgimento do sujeito “inadaptado”.
Logo após, discutimos a conotação ideológica dos discursos conservadores sobre “ideologia de gênero”, pondo em evidência suas demarcações políticas e seus fundamentos religiosos. Reafirmamos o caráter científico das pesquisas sobre a categoria gênero nas Ciências Sociais, sem incorrer no erro de passar a imagem de uma produção científica neutra. Para evitar este tipo de interpretação, apresentamos alguns elementos históricos dos estudos sobre gênero no Brasil, e sua introdução na discussão educacional, devido à influência dos movimentos feministas, no contexto de redemocratização do país. Por fim, apontou-se a importância de se discutir a categoria gênero na escola, como um instrumento de análise que permite desnaturalizar corpos generificados, assim como problematizar a existência de relações de poder assimétricas, assentadas nas distinções binárias entre os sexos.


Resultados alcançados: A maioria da classe participou da discussão, com argumentos que defendiam a relevância da categoria gênero. Houve falas que defenderam a laicidade das instituições públicas, tais como a escola e a universidade, ocupadas por discursos conservadores fundamentados em dogmas religiosos, como o caso expresso na notícia. Importante ressaltar a maior atividade feminina durante a discussão. As alunas se posicionavam e criticavam relações hierarquizadas de gênero, como demonstrado em um dos comentários sobre as aulas de educação física na escola “onde os meninos são muito violentos”.

Fonte da notícia: http://laislainy.com/cascavel/pm-protestos-e-ate-revistas-a-participantes-marcam-debate-sobre-ideologia-de-genero/
Referências bibliográficas:
CEZAR, M. R. Escolarização da sexualidade: apontamentos para uma reflexão. In: JAMIL CABRAL SIERRA; MARCOS CLAUDIO SIGNORELLI. (Org.). Diversidade e educação: intersecções entre corpo, gênero e sexualidade, raça e etnia. Matinhos: UFPR Litoral, 2014. p. 17-29.
MEAD, M. Sexo e temperamento. 4° ed. São Paulo: Perspectiva, 1999. 316 p. (Debates antropologia).



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